Um menino me fez escrever aquelas palavras descompassadas.
Palavras antes retidas num imaginário distante e lúgubre.
Agora aquelas palavras soam claras e desmedidas, desaforadas em suas formas,
descabidas em bocas castas e pacíficas.
Tornam-se incandescentes ao arderem no mais absoluto desejo de ousar, proferidas de bocas profanas e insanas,
perfilam-se no ideal de uma existência efêmera e bastarda, compelidas a ditar o próximo devaneio, marcante, profundo e fincado por sentimentos desconcertados e postos ao avesso.
Palavras descompassadas, palavras para um menino.
Aquelas nossas palavras reveladas, eternizadas naqueles breves momentos.
Nossas palavras descompassadas, apenas nossas.
(Escrito em 22/03/2010, por Renata Capella)
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